- Mas o que, de fato, é distrofia muscular?
A distrofia muscular se refere ao grupo de doenças
genéticas, nas quais os músculos que controlam o movimento enfraquecem
progressivamente. Geralmente, apenas os músculos de movimento voluntários
(músculos esqueléticos) é que são afetados. Porém, algumas formas dessa doença
também podem atingir o coração e outros órgãos de movimentos involuntários,
como veremos a seguir na Distrofia
Muscular de Duchenne.
- Distrofia Muscular de Duchenne, o que é?
É a forma mais comum de distrofia muscular, de herança
genética de caráter recessivo ligado ao cromossomo x, degenerativa, que
incapacita a pessoa afetada. É transmitida simultaneamente pelo pai e pela mãe
(que é assintomática). A mulher possui dois cromossomos x, se um deles estiver
afetado pelo defeito, o outro compensa tal alteração e a doença não se
manifesta. Já o homem, que possui apenas um cromossomo x (herdado da mãe), e um
cromossomo y (herdado do pai), ao receber o cromossomo x defeituoso, não terá o
x normal para contrabalancear e assim garantir o bom funcionamento do músculo,
por isso só homens desenvolvem essa enfermidade, que se caracteriza pela
deficiência ou ausência de distrofina, proteína codificada pelo gene DMD,
localizada na superfície interna do sarcolema, essencial para a integralidade
do músculo, que se degenera progressivamente. No entanto, cerca de 1/3 dos
casos ocorre por mutação genética.
- Evolução
A evolução é implacável, de progressão rápida e constante da
fraqueza e degeneração muscular. A criança portadora da enfermidade nasce
normal. Em geral, demora um pouco mais para dar os primeiros passos, porém, a
anormalidade só é percebida no período entre 2 e 5 anos de idade, devido às
frequentes quedas. O quadro piora progressivamente e aos seis anos a criança
deixa de correr, tem dificuldade para subir escadas e levantar-se do chão. Nesta
última situação, a criança faz um movimento de rolamento do corpo, então se
ajoelha, apoia-se no chão com a extensão dos dois antebraços e levanta-se com
dificuldade após colocar as mãos sobre os joelhos. Esta manobra executada é
conhecida como Sinal de Gowers.

Depois, aos dez ou doze anos de idade, perde a capacidade de
andar. No início da doença, também pode ser observado o volume das
panturrilhas, originado pela substituição das fibras musculares já necrosadas,
por fibrose, aliado a infiltração de tecido adiposo – pseudo-hipertrofia.
Posteriormente, há o comprometimento dos músculos do braço,
assim como o encurtamento de tendões, consequentes das retrações musculares causadas
pela fibrose. Verifica-se, também o equinismo( deformação do pé que se encontra
em hiperextensão máxima) por retração do tendão de Aquiles e mais tardiamente,
contraturas (que ocorrem quando o músculo se contrai de maneira incorreta e não
volta ao seu estado normal de relaxamento) de joelhos, quadris, cotovelos,
punhos e dedos. Em fases mais adiantadas surgem problemas cardíacos e
respiratórios. Toda musculatura esquelética é atingida, isso pode ser observado
no período em que há ocorrência de insuficiência respiratória, por exemplo, que
só acontece porque o diafragma (um dos músculos essenciais para fazer o ar
entrar e sair dos pulmões) é comprometido e não porque os pulmões são afetados.
A partir dos doze anos de idade, ocorre falência
gravitacional e a escoliose progressiva devido à fraqueza do tronco e músculos
abdominais. Com a progressão da escoliose, torna-se doloroso e difícil o ato de
sentar. Por volta dos 16 anos de idade, se a deformidade da coluna estiver em
fase bastante avançada, o adolescente perde a capacidade de sentar por
consequência da instabilidade da coluna e fica confinado à cama.
- Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é feito com base no quadro clínico, exames de
sangue, achados laboratoriais e biopsia muscular, onde é possível visualizar
características distróficas e a ausência total ou parcial da distrofina. É de
extrema importância o aconselhamento genético visto que a recorrência é de 50%
para os fetos masculinos, ao mesmo tempo, 50% às meninas de serem portadoras.
São essenciais os cuidados multidisciplinares, A fisioterapia inclui
alongamentos passivos para reduzir as contraturas. O tratamento ideal é feito
através da administração de corticoides, que devem ser introduzidos quando as
capacidades motoras das crianças são danificadas. Se faz necessário a
monitorização regular e tratamento para osteoporose, controle de peso,
avaliação oftalmológica, assim como monitorização cardíaca regular. Pode ser
necessária cirurgia para correção de escoliose e o BIPAP noturno para tratar da
insuficiência respiratória restritiva.
Fontes: http://www.orpha.net/consor/www/cgi-bin/OC_Exp.php?lng=PT&Expert=98896
http://drauziovarella.com.br/crianca-2/distrofia-de-duchenne/
Fontes: http://www.orpha.net/consor/www/cgi-bin/OC_Exp.php?lng=PT&Expert=98896
http://drauziovarella.com.br/crianca-2/distrofia-de-duchenne/
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/distrofia-muscular-de-duchenne
http://www.fisioneuro.com.br/ver_pesquisa.php?id=132
http://www.fisioneuro.com.br/ver_pesquisa.php?id=132
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